Faustina Kowalska
Maria Faustyna Kowalska (Głogowiec, Łódź, 25 de agosto de 1905 — Cracóvia, 5 de outubro de 1938) foi uma freira e mística polaca. Atualmente é venerada como santa pela Igreja Católica, conhecida simplesmente por Santa Faustina.
Apelidada por Jesus a Apóstola (Diário 1142) ou Secretária da Divina Misericórdia (965, 1160, 1275, 1605, 1693, 1784), é considerada pelos teólogos como fazendo parte de um grupo dos mais notáveis místicos da Cristianismo. Sua missão fuipreparar o mundo para a segunda vinda de Cristo (429, 625, 635, 1155, 1732; cf. 848).
Entrou para a vida religiosa em 1924 na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia. Seu confessor, BeatoMichał Sopoćko, exigiu de Santa Faustina que ela escrevesse as suas vivências em um diário espiritual. Este diário compõe-se de alguns cadernos. Desta forma, não por vontade própria, mas por exigência de seu confessor, ela deixou a descrição das suas vivências místicas, que ocupa algumas centenas de páginas. Faleceu em 5 de outubro de 1938.
A sua canonização aconteceu em 30 de abril de 2000, pelas mãos do Papa João Paulo II, de quem também conseguiu a instituição da Festa da Divina Misericórdia.
Vivência Enquanto Freira
As aparições de Jesus Misericordioso
No outono do ano em que Faustina chegou em Płock, apareceram os primeiros sinais de tuberculose e por conta disso ela foi mandada para uma fazenda de propriedade de sua ordem religiosa com o intento de recuperar-se. Depois de refeita, ela retornou ao convento em Płock.
Em 22 de fevereiro de 1931, Irmã Faustina relatou, em seus diários (diário I, sessões 47, 48 e 49), ter tido a primeira revelação de Jesus enquanto Rei da Divina Misericórdia em seu quarto. Segundo ela, Jesus apareceu vestido de branco e de seu coração emanava feixes de luz vermelho e branco. Entre outras coisas, Jesus pediu-lhe que pintasse uma imagem sua, fiel à imagem que se mostrava a ela, tal imagem deveria conter a inscrição Jesus, eu confio em vós.9 Jesus manifestou a vontade de que esta imagem fosse venerada primeiro em sua capela, posteriormente no mundo todo e solenemente no domingo que sucede ao domingo de Páscoa, Jesus ainda teria dito a ela que quem quer que venerasse tal imagem seria salvo. Por não saber pintar, Faustina solicitou ajuda das irmãs de seu convento, contudo não recebeu nenhum auxílio.
Em novembro de 1932 Faustina retorna a Varsóvia para, em maio de 1933, tomar os votos definitivos como freira em Łagiewnike e tornar-se Irmã Perpétua de Nossa Senhora da Misericórdia.
Devoção à Divina Misericórdia
Popularização e supressão
Antes de sua morte, Faustina previu que haverá uma guerra, uma guerra muito terrível e pediu às Irmãs que rezassem pela Polônia. Um ano depois da morte de Faustina, quando o Arcebispo Jałbrzykowski constatou que suas previsões haviam se concretizado, ele permitiu o acesso público à imagem da Divina Misericórdia, o que resultou em enormes aglomerações e espalhou a devoção à Divina Misericórdia.
Jałbrzykowski foi preso pelos nazistas em 1942, mas Padre Sopoćko conseguiu esconder-se durante dois anos perto de Vilnius, período durante o qual ele estabeleceu uma nova congregação baseada nas mensagens da Divina Misericórdia confiadas à Faustina. Finda a guerra, Sopoćko escreveu a constituição da congregação e ajudou na formação do que hoje é a Congregação das Irmãs da Divina Misericórdia. Treze anos depois do falecimento de Faustina, já havia 150 centros da Divina Misericórdia na Polônia.
Depois da morte de Santa Faustina, as freiras de seu convento enviaram seus escritos para o Vaticano, já que até 1966, qualquer visão de Jesus e de Mariaprecisavam de aprovação da Santa Sé antes de serem tornadas públicas. Após uma tentativa malograda de persuadir o Papa Pio XII de assinar uma condenação das visões e da obra escrita de Faustina, o Cardeal Alfredo Ottaviani tentou junto ao Santo Ofício, que o Papa seguinte, João XXIII, a condenasse em 195924
Este Papa assinou um decreto que incluía os diários de Faustina na lista de livros proibidos, a devoção da Divina Misericórdia foi proibida e o Padre Sopoćko sofreu uma severa reprimenda, tendo sua obra também proibida e, assim como a obra de Santa Faustina e a devoção à Divina Misericórdia, permaneceu assim até que o decreto fosse abolido, em 14 de junho de 1966, pelo Papa Paulo VI. A despeito da proibição, o arcebispo de Cracóvia permitiu que as freiras deixassem a imagem original na capela, de forma que pudessem praticar a devoção.
Karol Wojtyla, que veio a tornar-se Papa (João Paulo II), era Arcebispo de Cracóvia em 1965, quando abriu uma nova investigação entrevistando testemunhas e reportou abundante documentação ao Vaticano, solicitando o início do processo de beatificação de Faustina, o processo seria iniciado em 1968.
Santidade
Em 1978, ano em que João Paulo II assumiu o papado, o Vaticano publicou uma nota esclarecendo que o banimento dos diários de Faustina, e por extensão da Devoção da Divina Misericórdia, deu-se devido a um mal-entendido causado por erros de tradução do polonês para o italiano e da posterior dificuldade de comunicação devido a Segunda Guerra Mundial e a posterior era comunista.
A formal beatificação de Faustina envolveu o caso da americana Maureen Digan. Em março de 1981, Digan relatou ter sido curada enquanto rezava junto à tumba de Santa Faustina. Ela sofria de linfedema há décadas, já havia sido submetida a dez operações incluindo a amputação de uma perna.
Os relatos de Digan dão conta de que, ao rezar junto ao túmulo de Faustina, ela teria escutado uma voz dizendo me peça ajuda e eu te ajudarei, então sua constante dor teria cessado. Segundo Digan, depois de dois dias, seus sapatos tornaram-se largos pois seu corpo teria parado de reter líquido . Ao retornar para os EUA, cinco médicos declararam que ela havia sido inexplicavelmente curada. O caso foi declarado milagre pelo Vaticano em 1992 num processo baseado em relatos de testemunhas das condições de saúde de Digan. Outro milagre, acontecido no aniversário da morte de Santa Faustina, em 5 de outubro de 1995, consiste na cura de um problema congênito de coração que acometia o Padre Pytel.
Em 18 de abril de 1993, João Paulo II declarou Maria Faustina Kowalska Beata diante de uma multidão de devotos da Divina Misericórdia que ocupavam a Praça de São Pedro em Roma. Foi canonizada em 30 de abril de 2000. O Papa João Paulo II presidiu a cerimônia de canonização diante de uma multidão de peregrinos da Divina Misericórdia. Tanto a cerimônia que tornou Santa Faustina a primeira Santa canonizada no terceiro milênio quanto a cerimônia de beatificação foram realizadas no segundo domingo de Páscoa (o domingo seguinte ao domingo de Páscoa), dia que a Igreja Católica estabeleceu como Domingo da Divina Misericórdia.
Do legado de Santa Faustina surgiu a devoção à divina Misericórdia. Esta devoção considera que a principal prerrogativa de Jesus é a misericórdia e que esta é a última tábua de salvação. Acessa-se a misericórdia pela confiança. Esta devoção é constituída pela mensagem da Divina Misericórdia, a Coroa da Divina Misericórdia, a imagem da Divina Misericórdia e a Festa da Divina Misericórdia.
Entre 1999 e 2002, foi construído o Santuário da Divina Misericórdia, consagrado em 2002 pelo Papa João Paulo II. A basílica do local abriga o túmulo de Santa Faustina Kowalska.
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